Eu, a leitura e a escrita

MINHA CONSTRUÇÃO COMO ALUNO LEITOR E ESCRITOR


Na infância sempre fui um aluno retraído. Não gostava muito de ler e escrevia muito pouco, mas algumas de minhas produções escritas arrancavam um “Muito bem” da professora, e aquilo era suficiente para me deixar animado. O problema é que nunca escrevia por conta própria, sempre o fazia quando alguém me incentivava a isso, somado a falta de leitura eu estava na condição de um aluno que não produz.
Algumas vezes eu passeava pela biblioteca, observando os livros, mas nunca tinha coragem de ler aqueles maiores, com mais de 100 páginas. Meu contato com os livros era sempre muito visual: gostava das figuras, do jogo com o som das palavras e entre outros.
A saga Crepúsculo despertou meu eu leitor.
Num certo momento da minha adolescência resolvi ler um livro de um filme que eu gostava muito. Este livro possuía cerca de 200 páginas, aquilo me assustava um pouco, mas por incentivo e observando amigos que liam e contavam animados, resolvi dar uma chance aquela leitura. Li algumas páginas na biblioteca da escola mesmo, pois se o livro não me interessasse, eu não o reservaria e desistiria de ler pois acharia que todos os outros seriam ruins assim como aquele. Logo de início, nas 3 primeiras páginas, despertou em mim um leve interesse de saber o resto da história. Foi aí que começou a minha real jornada como leitor.
Comecei a ler outros livros da mesma série e depois outros (poucos), me apaixonei pela leitura, passava horas da minha noite lendo e me animando a cada capítulo. Cheguei a ler novamente alguns livros da coleção coleção que citei e em todas as releituras era muito bom. Era uma experiência nova, eu nunca havia sentido aquilo com uma leitura.
Comecei a perceber que, na escola, minha leitura era mais desenvolta e isso foi refletindo também na escrita. Quando produzia textos, tinha uma facilidade maior para iniciar e um vocabulário mais amplo, tendo mais palavras para expressar o que eu queria.
Essa experiência com a leitura e a escrita foram moldando minha forma de pensar e isso refletiu na escolha do meu curso na faculdade. Desde que ingressei no ensino médio tinha vontade de seguir a carreira de Tecnologia da Informação, mas percebi que tinha pouco interesse em alguns temas dessa área e, por incentivo do meu irmão, decidi cursar Letras.
Vidas Secas foi uma das minhas
primeiras leituras literárias.
No curso outro mundo se abriu para mim, porque, infelizmente, tive pouco contato com a literatura nacional e, na universidade, pude ver que temos também ótimas produções de autores nacionais, o que me despertou um novo interesse e abriu meu leque de possibilidades.
A escrita foi algo que me interessou ainda mais, e fui percebendo uma melhora cada vez maior desta em minhas produções acadêmicas. Com as correções e dicas dos professores ela foi se aperfeiçoando ainda mais e creio que ainda tem muito para melhorar, mas sem dúvidas a leitura me impulsionou vários degraus acima no meu nível de interpretação e produção textual.
Acredito que estaria um grau a mais na escrita e leitura atualmente se isso fosse trabalhado mais intensamente no ensino fundamental e médio. Produzi muito pouco e as leituras eram menos ainda inseridas em meu cotidiano escolar, o que impactou muito na falta de interesse que possuía no começo.
Em minha construção como leitor, meus colegas de escola, professores(as) e familiares foram com certeza um firme alicerce na construção e desenvolvimento do meu eu leitor e escritor.

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